BILHAR
 O Bilhar (do francês billard) também chamado de bilhar francês[1] é um jogo praticado numa mesa revestida de feltro verde, limitada por tabelas e sem buracos, contendo 3 bolas de marfim, uma vermelha e duas brancas (uma delas com um pequeno ponto). As bolas são impelidas por um taco. Cada jogador deve, a partir de sua bola previamente definida, conseguir uma carambola, ou seja, fazer a sua bola tocar nas outras duas. Cada carambola rende um ponto e permite ao jogador continuar jogando.
Há diversas variantes do jogo com regras adicionais para dificultar a jogada. As mais conhecidas são os jogos de 1 tabela e 3 tabelas. No jogo de 1 tabela, a bola deve, antes de tocar na terceira bola, bater, pelo menos, uma vez numa tabela lateral da mesa. No jogo ás 3 tabelas, deve tocar, no mínimo 3 vezes.

História do Bilhar

Segundo se sabe, as primeiras mesas de bilhar (correspondentes às atuais mesas de carambola, snooker, bilhar, mata-mata, par ou ímpar, etc) teriam aparecido na França em 1469. Em 1475 Luís XI concedeu as primeiras licenças para a exploração de salões de bilhar. Em 1516 e 1560 surgiram as primeiras mesas de bilhar na Espanha e Inglaterra, respectivamente.

Em 1827 o francês Mingaud criou o processo do cabedal na ponteira do taco e em 1854 o americano Phelan inventou a tabela de borracha, que influiu de forma decisiva na evolução da técnica do jogo.

O primeiro encontro de que a história desportiva faz menção foi disputado em 1855 em S. Francisco da Califórnia, entre o americano Michel Phelan e o francês Damon, em três partidas de 100 carambolas. Damon ganhou a primeira com uma diferença de 6 carambolas e perdeu as outras duas por 3 e por 5 carambolas.

25 anos mais tarde, em Paris, foi disputado um jogo entre o francês Vignaux e o americano Slosson a 4.000 carambolas dividido em partidas de 800. Vignaux ganhou, tendo efectuado uma série de 1531 carambolas. Slosson fez 3118 carambolas com uma série de 1103.

A facilidade de colocar as bolas em série, dando origem às grandes tacadas, deu margem a que fosse o próprio Vignaux a propor o corte dos 4 ângulos do bilhar.

É evidente que todos os pormenores, de confirmação mais ou menos segura, revestem-se, no plano desportivo, de importância reduzida. Historicamente será curioso acentuar que o bilhar de competição (inicialmente apenas com a carambola) nasce em Portugal em 1930, com a criação, no Porto, da Federação Portuguesa dos Amadores de Bilhar que, em 1932 organizou, em Espinho, o III Campeonato do Mundo de Bilhar Livre. A representação Portuguesa coube a Alfredo Ferraz e a Portugal da Mata. A prova foi ganha pelo espanhol Butron que, com uma série de 500 carambolas iguala o recorde do mundo. Só em 1936 nasce, em Lisboa, a Associação Portuguesa de Bilhar.

Só em 1958 o bilhar europeu passou a dispor de uma organização, a CEB - Confederação Europeia de Bilhar - englobando 15 Federações, entre as quais a Federação Portuguesa de Bilhar. Um ano mais tarde cria-se a UMB - União Mundial de Bilhar - que vai alargando a sua zona de influência a quase todo o mundo.

A modalidade de bilhar abrange três grandes sectores: a Carambola, o Pool e o Snooker.

A carambola, desde 1936, e o Pool, desde 1990, estão integrados na Federação Portuguesa de Bilhar, com os seus calendários regulares de provas oficiais em cada época.

A carambola é disputada em mais de uma modalidade: a partida livre, o quadro 47/2, o quadro 71/2, uma tabela, três tabelas e bilhar artístico. Nas três primeiras modalidades - chamadas modalidades de série - e em uma tabela, assinala-se um declínio de jogadores e de competições, talvez por nelas os limites de perfeição já terem sido atingidos. O bilhar artístico que internacionalmente se desenvolveu com regularidade, não tem praticantes em Portugal.

Mas a modalidade rainha é sem dúvida as três tabelas, com centenas de milhares de praticantes, não obstante tratar-se de um jogo de elevado coeficiente de dificuldade, exigindo - ao mais alto nível - um complexo somatório de atributos, que vão desde a capacidade técnica de execução, à exigência de uma concentração absoluta, de um perfeito controle do sistema nervoso, de uma resistência física elevada.

O bilhar carambola pratica-se oficialmente em todo o mundo sob a égide da União Mundial de Bilhar. Estão nele filiadas 45 federações nacionais, pertencentes à Europa, América Norte e Sul, Ásia e África. As Federações Europeias estão agrupadas na Confederação Europeia de Bilhar e as Federações Americanas na Confederação Pan-Americana de Bilhar.

Em 1997, os representantes do bilhar amador UMB/CEB entraram em acordo com os representantes do bilhar profissional BWA. Quer isto dizer que passa a existir a unificação no mundo do bilhar.

Em Fevereiro de 1998, em Nagano, Japão, o COI reconheceu definitivamente o bilhar como modalidade olímpica, abrindo, assim, a possibilidade de participar nos Jogos olímpicos de 2004, em Atenas.